quarta-feira, 2 de março de 2011

Sim, dá para começar de novo


Uma das palestras do início do ano letivo aos professores da EEEB Estado de Goiás foi proferida pelo professor Jéferson Cappelari, autor do livro ABC do Girafes. Apesar de ter lido poucas páginas até o momento, a fala dele foi tão inspiradora que não deu para não se mexer. É impossível ficar impassível a tão mágicas palavras, sequer permanecer imóvel ou até sentar no mesmo lugar, sem perceber as mudanças ou permanências em redor.
Trabalhamos diariamente com pessoas. Seres humanos estes que possuem construções de vida muito distintas, que não choram nem riem pelos mesmos motivos. Este início de ano letivo tem me feito questionar diversas coisas, não sobre os alunos, mas sobre mim. Terminei 2010 um tanto descrente com o papel formador da escola para a vida destes milhares de estudantes que passam pelos bancos escolares. No entanto, prometi a mim – e pelo bem daqueles que me cercam – criar novos pactos de relacionamento.
Eu já havia experimentado esta sensação no finalzinho do ano passado.Um aluno, daqueles que a gente - querendo ou não - acaba rotulando de uma forma digamos não positiva, me proporcionou uma grata surpresa. Em uma prova de Sociologia ele tirou a segunda melhor nota da turma. Eu teria cometido um grande erro se ele não tivesse me lembrado o que eu não tive, no momento, a sensibilidade de perceber: ele progrediu, ele fez melhor do que vinha fazendo e ele queria que eu soubesse disso. Esse ano, no primeiro dia, ele veio e me deu um abraço – daqueles sinceros. É por momentos como este que ser professor, pra mim, se torna recompensador, necessário, indispensável, um verdadeiro sentido para a vida.
Há pouco em uma conversa por msn mais uma dessas surpresas. Uma dessas alunas que não falta nunca, só para ter o prazer de perceber o nosso desprazer quando ela testa os nossos limites. Apesar do sorriso debochado que ele parece ainda ter, construímos um novo pacto para este ano – e para os próximos que virão. Vamos ser melhores do que fomos ontem. Sim, porque eu também preciso ser melhor. Eu também preciso agir e fazer diferente. Eu cresci com ela.
ps.: a escolha da imagem foi pra lá de proposital, afinal nossas relações são praticadas cada vez mais com o acessório da tecnologia. A moral é aproximar, tocar...

3 comentários:

Julia Tomazi disse...

Ooo e eu cada dia te admiro mais amiga. Belas palavras, show de bola.

Unknown disse...

Obrigada Julia! Te adoro, sabe disso né?! bj

Daca disse...

Querida.

Isso que nos faz pessoas melhores. Ter a capacidade de olharmos para dentro de nós e saber o que é bom e o que deve ser melhorado.
Parabéns por sua dedicação.
Bjin
Daca